Decidimos essa semana, sair do campo da teoria e demonstrar uma aplicação prática para o mercado Internacional, e como um organismo Internacional (BRICS) pode auxiliar empresas.
Por conseguinte, como solicitar empréstimo junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), denominado Banco dos BRICS, e como essa negociação deve ser conduzida em consonância com tratados e acordos internacionais que regem sua estrutura e operações.
Em termos de administração, o Banco mantém uma centralização na China. Por exemplo, o contrato padrão para o fornecimento de bens e serviços ao banco estipula a aplicação da lei chinesa e a resolução de disputas na China.
Isso indica que a organização do banco está solidamente estabelecida na China, abrangendo desde a aquisição de computadores até a contratação de funcionários e diretores, entre outros.
Somente em 2019, o escritório brasileiro do banco entrou em operação. A CNI desempenhou um papel fundamental na abertura desse escritório, cedendo espaços, infraestrutura de dados, equipamentos e pessoal para a operacionalização imediata do Banco.
É relevante observar que, aparentemente, o centro decisório e jurídico permanece na China. Portanto, os projetos devem ser concebidos levando isso em consideração.
No que diz respeito ao Brasil, o Banco dos BRICS concentra-se principalmente em projetos de infraestrutura. Isso é evidenciado pelos memorandos de entendimento com o BNDES e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ambos mencionando projetos de infraestrutura e desenvolvimento no Brasil e na América Latina.
Vale destacar que, um analista financeiro do NDB destacou que “o banco está buscando projetos na área de infraestrutura física, como eletricidade, transporte e abastecimento de água”.
Não basta que um projeto a ser financiado envolva infraestrutura; idealmente, deve estar alinhado aos objetivos geopolíticos do bloco BRICS.
O site do banco destaca um projeto portuário no Brasil, o Porto São Luís, no Maranhão, que está captando um financiamento de 300 milhões de dólares.
O projeto, estrategicamente localizado para aumentar a capacidade de escoamento da produção agrícola brasileira, demonstra um alinhamento ideal com as expectativas geopolíticas e econômicas, atendendo aos interesses da China na exportação de soja e aos interesses econômicos da Rússia na importação de fertilizantes.
O memorando de parceria entre o Banco dos BRICS e o BNDES menciona diversas formas de cooperação em projetos de financiamento, como contragarantias e cofinanciamento (loan syndication), abrindo possibilidades interessantes para negociações financeiras.
Por exemplo, um projeto de produção e exportação de grãos pode receber financiamento do Banco dos BRICS, sob a forma de uma carta de crédito emitida a pedido de um comprador chinês, que pode ser utilizada como garantia para um empréstimo local junto ao BNDES.
Em resumo, o Banco dos BRICS é uma opção a considerar se você possui um projeto:
- a) de infraestrutura ou energia;
- b) que atenda aos interesses chineses, russos ou indianos, envolvendo a venda de produtos desejados por eles ou a importação de produtos que fabricam;
- c) que permita operações de financiamento em parceria com o BNDES.